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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A VOZ DO POETA



É a mais pura verdade...
Abraços a todos.


FELICIDADE REALISTA
(Por Mário Quintana)



A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor.. não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão.
Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo.
Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade.
Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.
Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça de que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

DEUS É MESMO BRASILEIRO???



Ultimamente os meios de comunicação de massa, sobretudo a televisão, têm dado grande ênfase aos desastres causados pela “fúria da natureza” em diversas cidades do Brasil. Engraçado, há pouco tempo tínhamos a impressão de que problemas como terremotos, furacões, tempestades estavam bem distantes de nosso país. Falávamos: “Deus é brasileiro”... O que aconteceu? Deus resolveu escolher outro lugar para morar? Acho que não é bem assim...
A discussão que quero fazer com vocês é outra. Na verdade trata-se mais de uma provocação aos nossos conceitos “bem-formados” e acomodados. É também uma crítica ao modo como temos assumido uma visão passiva ao receber informações dos meios de comunicação quando o assunto é desastre da natureza.O meio ambiente é, sem dúvida, um dos assuntos mencionados com grande expressividade nos últimos anos, pelos meios de comunicação, sobretudo no que diz respeito aos problemas de ordem natural ou antrópico – como o superaquecimento global, os furacões e tornados, as chuvas e os alagamentos, os desmatamentos, a desertificação de regiões inteiras, a perda da biodiversidade, a depleção da camada de ozônio, o efeito estufa, a crise da água potável, a cultura consumista, a produção de enormes quantidades de lixo, biopirataria, falta de planejamento urbano, descaso político e tantos outros complicadores.
Da mesma forma, não são raras as vezes em que ao ser noticiadas tais catástrofes, evidencia como grande vilã a fúria da natureza. Mas e o homem? Qual o seu papel diante do cenário ambiental atual? Seria muita ingenuidade acreditar nessa premissa, uma vez que o homem faz parte da natureza, é natureza e com ela interage.
É necessário, antes de tudo, entender o papel da humanidade diante do seu meio, isto é, entender como se dão as relações humanas (de ordem econômica, política, cultural, normativa e outras) com o meio ambiente em que vive.
Dentre todos os problemas que foram referidos acima, nenhum é tão preocupante quanto a falta de envolvimento da população e dos líderes políticos com vistas a erradicá-los. Será que a natureza tem que levar a culpa pelas inúmeras casas submersas ou arrastadas pela lama, pelas águas das enchentes? Será que a natureza é culpada pelas encostas e barrancos deslizarem arrastando tudo o que encontra pela frente? Ora, até quando vamos ficar pondo a culpa na natureza e deixando de chamar a responsabilidade para nós?
Onde estão os prefeitos e planejadores da cidade que não percebem por onde a cidade está crescendo? Onde foi que se formaram os engenheiros e arquitetos que não sabem o óbvio - que construir em fundo de vale e encosta, além de proibido é risco de vida? Cadê nosso compromisso enquanto cidadão que participa das decisões importantes do nosso município e cobra os seus governantes?
Devemos pensar: a quem beneficia ficar apenas lamentando o número de mortos e de casas arrasadas e colocando a natureza como a madrasta má dessas trágicas histórias? Qué é lamentável as mortes e a perda dos bens materiais conquistados, muitas vezes com grandes esforço, isso é fato. O que estou dizendo é que a culpa não é da natureza; ela é natural. O máximo que pode acontecer é ela devolver as agressões que recebe dos seres "racionais" que povoam o planeta!

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