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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

SERÁ QUE DEU A LOUCA NA JUSTIÇA?



Mulher é absolvida pela justiça depois de ter mandado assassinar o próprio pai


Às vezes somos surpreendidos com manchetes como estas que nos indigna. Isso significa que o jornalista cumpriu, a princípio, com seu objetivo: fazer o leitor ler toda a notícia.
Este é um típico caso onde o que parece não é. Segue a matéria na íntegra para que, quem não teve a oportunidade de ler ou ver, possa então tirar suas conclusões.
Abraços a todos!


Aos nove anos, Severina foi estuprada pelo pai. A mãe ajudou na tarefa, segurando-a na cama

Em 15 de novembro de 2005, Severina Maria da Silva contratou dois homens para assassinar o pai, Severino Pedro de Andrade, que foi morto a facadas. Nesta quinta-feira, Severina foi absolvida, por unanimidade, em julgamento realizado na 4ª Vara do tribunal do Júri do Recife, no Fórum Thomaz de Aquino. Nem mesmo o promotor, José Edivaldo da Silva, pediu a condenação da ré. "As provas dos autos são muito fortes no sentido de que ela vivia sob coação material permanente, não se podendo exigir dela outra conduta, embora que trágica", afirmou ele.
De família de agricultores, Severina vive na área rural de Caruaru, agreste pernambucano. Não aprendeu a ler nem a escrever. Aos nove anos, foi estuprada pelo pai. A mãe ajudou na tarefa, segurando-a na cama. Ela foi abusada por anos seguidos e teve 12 filhos do pai. Sete morreram. Quatro dos cinco filhos – o mais velho tem 19 anos e, o mais novo, 12 – acompanharam o julgamento.
Em novembro de 2005, Severina conta ter sido espancada pelo pai três dias seguidos por se negar a fazer o mesmo que sua mãe havia feito: levar e segurar a filha, então com 11 anos incompletos, para que ele a violentasse. Diante da resistência, Severino a teria ameaçado de morte. Ou levava a filha para a cama ou morreria. Severina se antecipou.
Irmã da vítima e tia de Severina, Otília Maria da Conceição, 86 anos, disse que a família sabia de tudo. Nada fazia, por medo. "Meu irmão era perigoso", disse ela, presente ao julgamento que durou três horas. Severina tentou várias vezes escapar do jugo do pai. Nas vezes em que fugiu, ele a encontrou e a trouxe de volta. Nas duas vezes em que tentou denunciar o caso na delegacia de Caruaru, foi desacreditada. "Ele ia com advogado e botava a menina para trás", asseverou Otília.
Severina se emocionou depois do veredito: "Deus me deu liberdade para eu poder cuidar dos meus filhos", disse, antes de afirmar já ter perdoado a si mesma e ao pai. Ela chegou a ser presa logo depois do crime e ficou um ano e seis dias em um presídio no município de Buíque, também no agreste. Lá, conheceu uma agente penitenciária que indicou a filha, Pollyana Queiroz, recém-formada em Direito, para ser sua defensora. "Foi feita justiça", resumiu a advogada. Já Edílson Francisco de Amorim e Denisar dos Santos, executores do crime, foram condenados, em 2007, a 17 e 18 anos de prisão, respectivamente. Eles cumprem a sentença em um presídio de Caruaru.
(Com Agência Estado)

6 comentários:

Anônimo disse...

WESLEY BEZERRA 4º TERMO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO.

Achei a respotagem muito boa, pois narrou os fatos [ não na integra, mas acho que do modo que as pessoas queriam ler].
Sobre o caso em questão acho que foi certo o veredito que foi dado, por mais que as provas eram fortes contra ela, temos alguns fatores que já levavam a isso, como o envolvimento da opnião pública e o "porque" de ter feito isso [ que ia contra a cultura que estamos envolvidos "abuso a menores" ].
Sabemos que tanto ética quanto moral são ligadas a comportamento humano, por isso numa relação "matéria sala x reportagem" podemos analisar que a decisão do juiz foi ética, pois colocou em pratica os valores morais aos quais acreditava.

Victor H. Santos disse...

Victor Hugo de S. Santos - 4º Termos de Jornalismo.

O texto mostra uma atitude ética pela justiça, colocando em prática os valores morais, tendo uma linha de conduta se prendendo nos autos do processo. A atitude de Severina, embora condenada por muita gente, foi uma atitude para defesa de sua honra, onde nem mesmo o Ministério Público se manisfestou recorrendo da decisão do Tribunal do Júri que à absolveu por unanimidade não oferecendo recurso.

Simone Lemes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Simone Lemes disse...

SIMONE LEMES DE SOUZA
4º TERMO DE JORNALISMO

Quanta barbárie acontece no MUNDO e nós nem sequer ficamos sabendo, aí quando um caso desses vem á tona ficamos nos perguntando: onde está nossa justiça que não fez nada na época do acontecimento?
A palavra ética vem do grego que significa MORADA, e na morada dessa senhora, a família dela não soube respeitar a integridade.
Os bons costumes foram por ralo abaixo.
A ética que é o respeito pelo querer do outro não foi usado nesse caso por seus pais, rasgando de forma absurda o que há de mais sagrado que é a familia.
A justiça muitas vezes é falha, cega, se opõe ao que ao nosso ver é certo, mais desta vez foi eficaz, foi ética!
Temos que ter mais zelo pelo outro, temos que fazer valer a nossa voz como nesses casos, e gritar ao mundo que ainda podemos ser pessoas melhores.

Daniel disse...

Daniel Souza 4º Termo Publicidade

Neste caso é houve um misto de senso moral e ético, avaliando todo o contexto histórico da acusada que ocasionou ao ato inesperado e visto por muitos como radical, mas que para a vítima pode ser identificado como legitima defesa, ou o simples desejo de acabar com seu sofrimento. Muitas vezes nos questionamos sobre o que é ético, moral, e deixamos passar batido se aplicamos esses conceitos em nossa vida em sociedade, em relação ao texto abordado houve a aplicação da lei sobre os contratados para matar o pai e agressor e absolvição para a contratante, visto todo seu histórico familiar e psicológico. Se outra medida poderia ser adotado? É possível que sim, mas de um ponto de vista particular a medida tomada passa em um primeiro estágio como absurdo, mas com o total conhecimento dos fatos como uma ação repleta de justiça, sendo totalmente ética e moral, pesando em lados opostos lei e aplicação de lei.

Anônimo disse...

ANA PAULA CARDOSO
4º TERMO DE JORNALISMO

A justiça foi ética em absolver Dona Severina, pois os valores humanos falaram mais alto nesse caso, que já deveria ter sido julgado desde a primeira vez que ela foi expor o caso na delegacia e não deram atenção ao seu desespero.
Quantas Severinas, Marias, Joanas serão necessárias para que seja feito algo por elas antes que chegue a esse ponto de ter que lavar a sua honra com sangue derramado?

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