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domingo, 27 de outubro de 2013

TÁ RUIM PRA CACHORRO - Sobre pesquisas com animais


 
"CADA PONTO DE VISTA É VISTO DE UM PONTO"
(Leonardo Boff - filósofo e teólogo brasileiro)
 
Muitos alunos e amigos me procuraram e pediram minha opinião a respeito da questão do uso de animais em pesquisas farmacêuticas e cosméticas, conforme foi exaustivamente divulgada na mídia, nessas últimas semanas. Muitos concordaram comigo... outros não! Mas a beleza da Filosofia está justamente na possibilidade do diálogo de ideias e pontos de vistas diferentes.
Eu vejo que, não muito tempo atrás, os animais de estimação eram de estimação apenas, isto é, não conheciam os cômodos da casa de seu dono, pois não entravam em casa em hipótese alguma. Não dormiam nas camas de seus donos e nem tampouco ocupava um lugar no sofá de seu dono. Ora, era um animal e "lugar de animal é fora de casa"...
Essa visão-de-mundo não mudou do nada. Ela é fruto da transformação social a que temos sido arremetidos. Transformação que COISIFICA AS PESSOAS e HUMANIZA OS ANIMAIS. Antropomorfização é o nome desse fenômeno (nossa sociedade é capaz de dizer não à experimentação científica em animais e sim à prática legalizada do aborto...).
Vejam bem, eu não sou contra os animais de estimação, muito pelo contrário, já tive uma porção deles. Da mesma forma, não sou contra a liberdade de expressão e manifestação pública do pensamento. Apoio e até luto para que esse direito seja assegurado. Entretanto, não concordo com a postura hipócrita com que muitos ATIVISTAS compõem seus lemas de manifestações, que os fazem parecer (muitas vezes), rebeldes sem causa.
Ora, talvez fosse o momento de, primeiro, abandonar os batons, cremes e tratamentos dermatológicos. Depois, as vacinas e diversos medicamentos (inclui-se à lista os medicamentos para o tratamento de câncer, diabetes, poliomielite, transtornos e síndromes), que passaram por estágios iniciais de pesquisa em animais. Por último, abram mão de comer o tradicional churrasco de final de semana, ou o peixe grelhado, ou o galeto assado ou ensopado de domingo com a família e amigos. Afinal a carne vem do animal. E nem vou tocar no assunto das bolsas, sapatos, cintos, carteiras e bancos de carro produzidas com a nobre matéria prima do couro (de boi, jacaré, serpentes etc).
Quanto aos testes com animais... bem... Se não for com eles, em quem será feito os testes?
Proponho que os ATIVISTAS HIPÓCRITAS se disponham, então, como cobaias na experimentação dos novos avanços tecnológicos e tratamentos médicos, em nome da coerência e postura !!!
 
Aos desinformados, leiam a Nota Pública da FIOCRUZ sobre pesquisas com animais, o mais importante órgão de pesquisa em saúde do Brasil. A lei 11.794/2008, que dispõe sobre o uso científico de animais. Também, a entrevista realizada com a assessora de imprensa do Instituto Royal ao Estadão. Muito esclarecedora sobre quem maltratou quem...
 

2 comentários:

Anônimo disse...

Sou um deses ativistas que vc diz no seu teste, acreditamos que no caso do instituto Royal, além dos testes, inclua também os maus tratos, animais vivendo em meio a fezes, urina, sem comida ou comida velha, animais com o corpo todo deformado, com ligua dividida em duas, muitas marcas na orelha, até qdo veremos nossos amigos animais serem tratados assim?
Garanto que se fosse um humano, seu pensamento seria outro.
E já que esses produtos são voltados para o homem, pq não testa los em nós, a resposta é pq ninguém quer sofrer o que os animais sofrem...

Julio disse...

Caro ativista anônimo.
Lutar contra os maus tratos é uma coisa... querer frear os testes científicos e pesquisas para o tratamento de doenças, me parece ser duas coisas distintas.

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