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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

DEVEMOS TOLERAR O INTOLERANTE?


Por Julio César Gonçalves

Sem sombra de dúvida, um dos assuntos mais disseminados pela mídia brasileira hoje, diz respeito, direta ou indiretamente, à intolerância, seja racial, homoafetiva, ideológica, religiosa ou de outras ordens, seguido pelo tema da ética e do preconceito.
Apesar da semelhança conceitual comumente adotada, intolerância e preconceito se distinguem, embora não se excluam. O preconceito leva à intolerância e esta, à discriminação.
Preconceito é ter uma ideia a respeito de algo, antes de conhecê-lo a fundo e, a partir daí estabelecer um juízo de valor. Os preconceitos surgem quando se leva em consideração uma especificidade como sendo a totalidade da realidade, generalizando. Também aparecem cristalizados em frases prontas muito presentes nas conversas informais e ditados populares, como por exemplo, “toda loira é burra”, “mulher no volante, perigo constante”, “todo português é burro”, “baiano é preguiçoso”, “gaúcho é gay” etc.

Intolerar (não tolerar) se caracteriza pela atitude de não admitir, não respeitar
opiniões diferentes de suas próprias, no âmbito social, religioso ou político, sem considerar o outro lado, que as contestam. Desse modo, a intolerância se manifesta sempre que alguém crê em um único ponto de vista ou forma de se fazer algo, antipatizando e hostilizando (discriminação e violência) àqueles que pensam ou defendem outras visões de mundo.
O que fazer, por exemplo, diante da presença de pessoas intolerantes? O que eu tenho percebido muito é uma reação intolerante diante de atitudes também intolerantes. Uma espécie de intolerância à intolerância. O problema se agrava ainda mais, pois se trata de uma “meta-reação-intolerante”, isto é, seria muito próximo do que tentar resolver os problemas de guerra com guerra e gritar para não ficar rouco.
Além de ilógica, violenta e egoísta, tais atitudes nada mais expressam do que a alma da nossa sociedade atual, incapaz de empatia, incapaz de profundidade nas relações, incapaz de compaixão.
Olho por olho e o mundo acabará cego... (Mahatma Gandhi)

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